quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Silencie


Envolva-me
Como o ar
Que a tudo envolve
Bem como envolve a si mesmo
Posto que não é diferente de tudo

Possua-me
Como possui a vida a cada ser vivente

Bem como cada ser tabém a possui
Mesmo que cedo ou tarde esta os deixe
E parta, ou deixe de ser, não se sabe bem ao certo pra onde, nem como

Beije-me
Antes que vãs palavras saiam de nossas bocas
Bocas humanas não são absolutas em nada que dizem
Mas dizem

Beije-me
Mesmo que seja findo todo o beijo
E que após, e antes, dele sempre hajam palavras
Mesmo que todo beijo seja contaminado de palavra

Silencie
Mesmo que silêncio algum seja pleno
Mesmo que o ar nunca seja estático

Mesmo que o ser, enquanto vivente, nunca cesse
Mesmo que a alma nunca cale

Silencie

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