sábado, 6 de fevereiro de 2010

Lúbrico




Quem me dera se um beija flor eu fosse
Desse um beijo na cândida flor de ébano
Flor lânguida do bico de teu peito
E no vale do seio adormecesse


Quem dera se meu nome pronunciasse
A tua boca, convulsa, intercalando
Sílabas por entre gemido e beijo
Entre súplicas e compunção latente.


Tuas firmes mãos a agarrar meu cabelo,
Impenitente e dolente, teu corpo
Cálido em ânsia febril envergasse.


Em fértil seara sem espantalho
Eu, pássaro louco, vôo em desvairo.
Áh! Quem me dera se eu te possuísse.

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